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Resenha do livro Amar é assim

  • Foto do escritor: Bia Isaac
    Bia Isaac
  • 2 de set.
  • 3 min de leitura
“O coração partido é o melhor adereço do bobo da corte.”
Post de resenha do Instagram @oslivrosdabia com o título "Resenha de". No centro, a capa colorida do livro "Amar é Assim" de Dolly Alderton. A capa tem tons vibrantes de rosa, azul e amarelo, com uma ilustração de uma mulher sentada amarrando os tênis. Ao redor, há ícones desenhados como um coração com a frase “Over it”, um disco de vinil, cervejas e pontos turísticos de Londres como o Big Ben e a London Eye.
Você encontra aqui.

Autora: Dolly Alderton

Editora: Intrínseca

Sinopse: Andy ama Jen. Jen amava Andy. E ele não consegue entender por que ela parou de amá-lo. Aos 35 anos, o humorista sente que deveria ter tudo sob controle, mas, depois de ser chutado pela única mulher que amou de verdade, percebe que já faz uma década que espera sua carreira decolar, e agora ainda está morando de favor na casa dos melhores amigos. Como pode a vida de todos ao seu redor estar tão bem quando a dele simplesmente parece uma grande piada?

À deriva em um mar de desgosto e nostalgia, Andy fica obcecado em entender por que seu relacionamento chegou ao fim. Afinal, se descobrir o que deu errado, talvez Jen volte para ele ― e, nesse meio-tempo, ele ainda consiga colocar o resto da sua vida de volta nos eixos.

Assim, Andy se lança em uma jornada caótica para sair do fundo do poço, entre muito chororô, dietas impossíveis, álcool antes de meio-dia e várias espiadas em antigas trocas de mensagens com a ex. No entanto, com a ajuda dos amigos e da passagem do tempo, ele logo vai se dar conta de que ainda tem muitas coisas a descobrir. E uma delas é a versão de sua ex sobre toda essa história.

Em Amar é assim , Dolly Alderton discute de um jeito inteligente e espirituoso temas como amizade, términos desastrosos e os dilemas dos trinta anos, incorporando grandes doses de dor de cotovelo e do turbilhão de sentimentos que todo mundo que já passou por um término difícil conhece bem. Uma análise magistral dos relacionamentos modernos, que revela uma mensagem importante: as histórias nunca têm um lado só.



Amar é assim é mais um romance contemporâneo de Dolly Alderton, desta vez escrito sob o olhar de um protagonista masculino. Nele acompanhamos Andy, um jovem adulto comediante de stand-up que levou um pé na bunda da namorada com quem estava há anos. Se perguntando por que o relacionamento chegou ao fim, ele embarca em uma jornada pessoal para colocar a vida nos eixos e entender quem é fora de um casal.


A narrativa alterna entre momentos melancólicos e cenas engraçadas, construindo um retrato honesto da dor de perder alguém e dos desafios da solitude. Andy revisita constantemente os momentos bons e ruins que teve com Jen, sua ex, buscando respostas nas conversas com os amigos — a maioria já casada e com filhos, vivendo vidas completamente diferentes da dele — enquanto tenta reencontrar um rumo ou talvez uma nova paixão.


O sofrimento interno do personagem é tão evidente que o leitor também começa a questionar o relacionamento dos dois, pensando na possibilidade de não haver um fim definitivo para aquela história. É justamente nesse ponto que a autora nos surpreende, trazendo nos capítulos finais o ponto de vista de Jen, uma perspectiva diferente, mas igualmente dolorosa.


Dolly Alderton tem um talento raro para abordar temas desconfortáveis sem perder o senso de humor, uma habilidade que torna essas leituras mais leves, mesmo quando tratam de assuntos difíceis. Ela faz observações afiadas e sensíveis sobre relacionamentos, cultura contemporânea e os dilemas emocionais da vida adulta. Sua escrita é dinâmica, misturando fragmentos de pensamentos, diálogos, mensagens e até e-mails, o que cria uma sensação de intimidade e aproximação com o protagonista.


A leitura desse livro foi, ao mesmo tempo, dolorosa e reconfortante. Em um universo literário repleto de romances com finais felizes, é animador, por mais contraditório que pareça, saber que outras pessoas (mesmo fictícias) também passam por crises existenciais e se colocam em situações absurdas após um término.


Relações contemporâneas são os temas principais na maioria dos livros da autora, que frequentemente critica a pressão social sobre jovens adultos para que se encaixem em modelos tradicionais de sucesso. Em Amar é assim, ela nos apresenta dois personagens em momentos distintos da vida. Andy não tem casa própria, renda fixa e vive da inconstância de trabalhar com arte. Já Jen trabalha em um escritório desde a faculdade, tem um apartamento e está prestes a ser promovida. Ainda assim, nenhum dos dois se sente verdadeiramente satisfeito e, cada um à sua maneira, busca respostas dentro da relação.


Encontrar alguém, casar e ter filhos ainda é vendido como o roteiro ideal para uma vida completa. Mas Dolly Alderton nos convida a olhar além desses moldes e considerar que a verdadeira completude talvez esteja justamente na coragem de ser quem se é, mesmo que isso signifique caminhar sozinho por um tempo.




Mulher loira com cabelo comprido e franja, usando um robe claro, apoiando o queixo na mão com expressão pensativa. O fundo é neutro e desfocado, destacando o rosto dela.
Sobre a autora: Dolly Alderton é autora e jornalista premiada. Ela é colunista do The Sunday Times Style e também escreveu para a GQ, Red, Marie Claire e Grazia.

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